domingo, 24 de julho de 2011

Gatinhos... fofidão insuportável...


Hoje apareceu um gatinho perdido por aqui. O Pilgo (meu gato rajado) tentou brincar com ele, dava pulinhos, patadinhas de amizade, mas ele só rosnava e riscava fósforo (entendeu o barulho que o gato faz?). Assim que prendi o Pilgo o danado do gatinho ficava na janela miando e querendo entrar.
Tão fofinho...
Até pensei em adotar se ele continuar por aqui, mas bichinhos fazem a gente gastar muito:
Ração: R$ 12,00
Areia: R$ 20,00 (essa não fica mau cheiro)
Banho: R$ 15,00 (porque ele é limpinho)
Comidinha especial pra quando tá bonzinho: R$ 4,00
Isso se não ficar doente. Então em valores aproximados gasto R$ 46,00 com um gato por mês... credo, que caro, e ele ainda morde a gente...
Até que um pet shop é um bom negócio.

Recordações da casa dos mortos - Dostoiéviski

De volta às postagens com um livro fantástico em mente!
Nestas férias eu queria ler muito, adoro ir à livraria, ficar olhando os tífulos, folheando, parece que a leitura começa a ser preparada neste instante. Quando chego em casa fico louca pra começar a ler, mas como já passei dos 30 gosto de alguns rituais, deixar o livro para um pouco mais tarde, depois de fazer tudo o que tiver de ser feito, me acomodar em travesseiros bem macios, um chá quente e ... ler.
Alguns livros são muito rápidos, parecem um filme, ou uma aventura, outros são pra ler devagar. Estes últimos estavam difíceis de serem achados, talvez porque demore muito pra terminar e a pessoa comprar outro! Leio muito rápido, então a história acaba logo, no entanto Recordações da Casa dos Mortos, do russo Dostoiéviski atendeu este quesito de durabilidade.



O livro é demorado, mas não é maçante. É interessante pensar que o autor foi preso político e cumpriu pena na Sibéria, daí a inspiração para o livro.


Um fato que apreciei foi estar estudando Foucault na mesma época, inclusive o texto Os corpos dóceis do livro Vigiar e Punir, que trata da violência nas prisões.


O livro de Dostoiéviski é um ótimo exemplo da segregação em espaços, controle do tempo e dos corpos que Foucault evidencia no texto mencionado.


Dostoiéviski é para quem gosta de ler, parar e pensar, a visão do autor é linda! Mesmo sobre assuntos tristes, tem uma melancolia que me encanta. Não é um livro de ação, é de visão de mundo, um mecanismo para expressar como entende os problemas sociais e morais, dos outros e de si, o que faz através dos personagem maravilhosamente elaborados.


Destaco um pequeno trecho em que o autor discorre sobre os castigos físicos:


"Quem quer que, embora uma única vez, exorbite do seu poder sobre o corpo, o sangue e o espírito duma outra pessoa, sobre o corpo dum irmão, e, segundo a lei de Cristo, que se obstine abusando do ensejo de maltratar um seu semelhante feito à imagem de Deus, e o faz de maneira exacerbada, acaba perdendo também o domínio de suas emoções. A tirania é um hábito, tem a propriedade de se desenvolver, e se dilata a tal ponto que acaba virando doença. Assevero que o melhor dos homens pode, com o hábito, acabar se transformando num animal feroz" (DOSTOIÉVISKI, 1861)


Boa semana!